Solidão

Boletim Nº 02 ANO 01 –

“O ser humano não é uma ilha”, disse o filósofo do século de XVI, John Donne, contudo o mundo está mudando numa velocidade tremenda. A cada dia a pessoas se isolam mais, seja por conta da demanda do trabalho home office, seja na privacidade dos celulares ou na TV por demanda, tanto faz, os elementos tecnológicos que serviriam para encurtar distâncias ou dar conforto, tem proporcionado uma epidemia de solidão.

Essa constatação vem à tona por uma autoridade em saúde nos Estados Unidos, o cirurgião geral Vivek Murthy. Ele relata que, enquanto estava fazendo uma etapa de sua residência médica decidiu isolar-se da esposa, filhos e amigos para obter o máximo da vida acadêmica, mas sua percepção mudou quando notou que seu rendimento não era o esperado e, pelo contrário, foi menor do que antes de sua decisão de isolar-se. Ele fez uma pesquisa e notou que, não só rendimento das pessoas baixa, como também o risco de morte aumenta em 30%, tanto quanto um fumante ou usuário de drogas [1].

A Bíblia é muito clara quando diz: “observei outra coisa que não faz sentido debaixo do sol. É o caso do homem que vive completamente sozinho, sem filho nem irmão, mas que ainda assim se esforça para obter toda riqueza que puder. A certa altura, porém, ele se pergunta: para quem trabalho? Por que deixo de aproveitar tantos prazeres? Nada faz sentido, e é tudo angustiante.” (Ec 4.7-8). Nossas decisões demarcam o caminho que iremos trilhar na vida, contudo o caminho não é isento de mudanças. Podemos mudar a qualquer momento. Mude.

O texto bíblico mostra a sabedoria de Salomão em avaliar os próprios pecados observando também as angústias da sociedade. Ele, diante de suas riquezas e autoridade máxima nos país, descobriu que ninguém deve escolher a vida solitária. Não fomos criados para vivermos assim, isolados, imersos em nossos problemas remoendo a tristeza, solitários diante de uma tela tecnológica, aonde o mundo se abre e as emoções são destruídas. Pelo contrário, fomos criados para viver em comunhão (Sl 133.1), chorar com os que choram e se alegrar com os que se alegram (Rm 12.15) e ter sentimento de equipe (Rm 12.4-5; Rm 15.1-12).

Ora a ciência constatou que iremos adoecer se decidirmos o caminho do isolamento. Talvez você pense sobre as diferenças que existem no temperamento, nas atitudes ou na educação das pessoas e afirme que seja melhor viver solitariamente. Creia, fomos criados para crescer juntos em meio as diferenças. Quero dar um exemplo daquilo que, talvez, seja a situação extrema da vida em comunidade cristã: você pode se irritar com a postura de algum membro da comunidade, mas essa irritação não pode durar mais que um dia e, ainda nos traz três aspectos para o seu crescimento: primeiro somos diferentes é natural isso vai acontecer, seja tolerante. Segundo você pode ser irritante para alguém também, então uma autoavaliação cristã é sempre bem-vinda e terceiro a Bíblia exige que nos reconciliemos porque temos o maior exemplo de reconciliação, Jesus. Se você não entender o que ele fez por nós, não vai perceber o crescimento que temos em viver comunidade, viver a diversidade e viver espiritualidade.

[1] https://www.bbc.com/news/world-us-canada-65461723

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