Boletim Nº 08 ANO 01 –
Dentro da convivência cotidiana necessitamos de respeito coletivo, caso contrário, a ideia anárquica de uma possível liberdade geral nos provocará o caos generalizado e o desrespeito em favor das prioridades particulares. Corrupção é exatamente isso, colocar sua prioridade como desculpa para receber um favor imoral. Quando aplicamos isso a política, todos sofrem. Sofrem com o modelo errado de ser líder e com a esvaziamento das demandas em favor da nação.
No dia 14 de junho, o ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Sebastião Alves dos Reis Junior, concedeu liberdade a um dos chefes do crime organizado, pego com 2kg de cocaína, por supor que a abordagem policial havia deixado o réu nervoso e por isso conseguiram descobrir que ele portava drogas. Essa é a corrupção chegando, até agora, ao seu estágio máximo da hipocrisia, vantagem ilícita e quebra de todas as regras morais existentes na sociedade.
O problema em si é que todos nós carregamos essa tendência ao mal, ao egoísmo e à vaidade. Não existe um justo sequer (Rm 3.10-26). Apenas Cristo tem poder para libertar-nos dessa tendência ao mal. O problema maior vem de um tipo de cristão sobre o qual Paulo nos alerta em Romanos 7, o cristão carnal. É o tipo de pessoa que consegue navegar entre os mares do moralismo e os rios da vantagem ilícita, faz da mentira o alicerce para a progressão e se arrepende se mudar de vida. O Brasil é assim, ninguém quer pagar o ônus porque com a impunidade, podemos manter uma vida aparentemente correta e sem dívidas com ninguém, por mais que sejamos os provocadores do problema. Provavelmente por isso, seja tão difícil descobrir quem quebrou algo na igreja ou quem sumiu com um material que sobrou de uma programação. Caráter cristão está em falta no mercado igrejeiro e quanto mais vantagem se obtiver, maior será o testemunho de vitória. Alguns anos atrás um grupo de evangélicos juntou-se para orar agradecendo a propina que havia recebido do governador de Brasília.
Responsabilidade consciente é o que podemos chamar de o verdadeiro cristianismo diário: não se envolver com aquilo que é ilícito, corrigir aqueles que tentam trocar a mentira pela verdade e ser exemplo no que diz respeito à conduta diária. A verdade na carta de Tiago nunca foi tão presente: aquele que sabe o que tem que fazer e não faz, nisso peca (Tg 4.17).