Por que preciso viver diferente dos outros?

Boletim Nº 12 ANO 01 –

Embora a pergunta pareça simplória, vale a pena pensarmos sobre o duelo entre a segurança que temos em Cristo, em sua morte e as tensões de viver neste mundo perdido. Vivemos numa transição de gerações, de um lado uma geração que tem compromisso e valores muito claros em suas mentes, pessoas que valorizam cada momento, cada pessoa e cada lugar. Do outro lado uma geração que ora desconhece a informação e o compromisso, ora se torna especialista em qualquer assunto por meio de uma vida virtual paralela.

Essa questão é proposta a ambos os lados. Para a primeira geração, a conversão é uma mudança na forma de pensar as coisas do mundo e a espiritualidade, para a segunda, uma resposta concisa, indiscutível sobre as dúvidas vivenciais que enfrentam. Nos dois casos estamos falando do exercício da fé.

A Palavra de Deus nos avisa sobre esse exercício de várias formas, aqui, estamos interessados num texto na carta que Paulo escreve aos Filipenses: ‘‘trabalhem com afinco a sua salvação, obedecendo a Deus com reverência e temor’’ (2.12b), ou seja, viva de forma obediente à salvação que você já recebeu. O texto nos dá a ideia de um objetivo alcançado que precisa sempre se aperfeiçoar. Um exemplo para essa ideia de trabalho com afinco talvez seja um atleta que treina vários anos numa modalidade e que, mesmo estando acima da média, continua treinando para se aperfeiçoar. O atleta alcançou o objetivo e escolhe viver de modo agradável a esse objetivo. Nesse sentido viver diferente é mudar o treino que estávamos acostumados a fazer, que nada dizia respeito a Deus e, ao mesmo tempo, mesmo a contragosto, entender que o modelo de vida proposto por Cristo é inquestionável porque envolve obediência pela fé. Viver diferente dos outros envolve obediência, por fé, à Palavra de Deus.

No entanto, ainda precisamos esclarecer um pensamento que possa surgir, pois não estamos assumindo que com esforço e treino alcançaremos a salvação, muito pelo contrário, todo o esmero é o desenvolvimento da salvação. O texto não diz “trabalhe com afinco para a salvação” ele diz “trabalhe com a afinco a sua salvação”, já que formos salvos, o modo como viveremos diz respeito a essa salvação. Não há esforço para alcançar o objetivo, Cristo já fez isso. Também não há esforço para manter essa salvação, Cristo a mantém. O que nos resta? Obedecer e ser grato. Recebemos algo que nunca alcançaríamos e, por isso, sendo obedientes nos trará um modo de vida diferente. Gratidão é a base na qual teremos alegria em obedecer. Seja nas mídias da vida virtual ou nas decisões reais, vivemos diferente dos outros porque vivemos pela graça de Deus e não podemos nos esquecer disso.

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