Boletim Nº 11 ANO 01 –
A maioria das personagens bíblicas teve que, de algum modo, enfrentar um desafio em suas conversões, algum tipo de mudança radical na forma de pensar, na fé ou nas atitudes. Quando o apóstolo Paulo, escrevendo a Timóteo, trata o assunto como um ato de guerra, ele nos traz à memória que a alegria deve ser uma busca em agradar a Cristo (2Tm 2.4).
Com isso, vemos que sempre existirá tensão entre aquilo que alegra nosso coração e aquilo que alegra o coração de Deus. Entre estar numa guerra para satisfazer o Senhor e satisfazermos a nós mesmos. Sempre haverá um planejamento terreno e aquilo que Deus nos dá como resultado desse planejamento.
Dessa forma, ter alegria em meio à tristeza requer um tipo de termômetro espiritual, um tipo de avaliação sobre onde estamos colocando nossas forças, empenhando nossa vontade e nossos pensamentos. Ao fazer isso poderemos perceber se estamos mais ligados a essa terra ou às coisas do céu. É uma tarefa difícil. A todo tempo recebemos a pressão de que precisamos ser os melhores, de que precisamos entrar nas melhores universidades, ter os melhores empregos, casas, carros etc. O que nos força a pensar que fomos nós que conseguimos tudo isso, enquanto a Bíblia diz que não teríamos nada se do céu não nos fosse concedido (Jo 3.27).
Toda a questão diz respeito ao fato de que nos frustramos com resultados que nunca foram planos de Deus, nunca pensamos em agradá-lo, por isso mesmo falhamos e nos entristecemos porque foi uma perda de tempo, mas quase nunca voltamos atrás em busca da alegria daquele que nos convocou para uma guerra que só ele pode cuidar e nos dar a vitória.
Ora, a avaliação espiritual que devemos ter então é baseada no quanto realmente confiamos em Deus e nos satisfazemos nele. Nesse caso, cabe-nos pensar no exemplo de Paulo escrevendo aos filipenses: ‘‘Pois, para mim, o viver é Cristo, e o morrer é lucro. Mas, se continuar vivo, posso trabalhar e produzir fruto para Cristo. Na verdade, não sei o que escolher.’’ (Fp 1.21-22). A dúvida que rondava sua mente era estar com Cristo, prêmio para qualquer cristão, colhido após a morte ou viver uma vida que sirva o próximo.
Ninguém imerso numa prisão escreveria isso se não tivesse sido inspirado pelo Espírito Santo e sustentado pela convicção de que o Evangelho é o centro de sua alegria. Para viver alegre em meio às tristezas nosso coração precisa estar em Cristo e servindo ao próximo, quanto mais distantes estivermos disso, mas sujeitos às tristezas do mundo estaremos.