Boletim Nº 06 ANO 01 –
Em 31 de março de 1596 nascia o filósofo, físico e matemático francês Rene Descartes, ele dá nome a parte gráfica matemática chamada “plano cartesiano” que é basicamente números no eixo “y” que correspondem a números no eixo “x” formando um gráfico. É claro que essa descoberta não começou assim, matematicamente, ele queria criar algum tipo de relação entre aquilo que fazemos e seus resultados, queria entender o progresso das coisas, como elas comportam. Esse pensamento de trabalho x resultado nos cerca até hoje: quando trabalhamos esperamos receber o pagamento, quando estudamos esperamos tirar boas notas nas provas, quando amamos esperamos ser amados. Embora nem tudo funcione cartesianamente, vivemos dentro desse circuito de exigência: se faço algo, quero receber por isso.
Será que espiritualmente também é assim? Se buscarmos mais a Deus, seremos mais abençoados? Bem… depende do que você considerar bênção, sim, essa espiritualidade pode ser cartesiana. Trabalho e resultado!
Em Êxodo 34 existe essa proposta intrigante, a qual, muitas vezes passamos adiante sem a devida atenção ao texto: em seguida, disse: “Senhor, se é verdade que te agradas de mim, peço que nos acompanhes na jornada. É verdade que o povo é teimoso e rebelde, mas eu te peço que perdoes nossa maldade e nosso pecado. Toma-nos como tua propriedade especial”. O Senhor respondeu: “Faço hoje uma aliança com você na presença de todo o seu povo. Realizarei maravilhas jamais vistas em nação alguma ou lugar algum da terra. E todos ao seu redor verão o poder do Senhor, o poder temível que demonstrarei em seu favor.” (Êx 34:9-10).
Note que a oração de Moisés termina com uma provocação espiritual “se é verdade”, passa por uma constatação “o povo é teimoso e rebelde”, passa ainda pelo arrependimento “perdoa o nosso pecado” e por fim “torna-nos tua propriedade especial”. O pedido de Moisés, após sua postura de adoração ao Senhor, é muito simples: carecemos da tua presença e não importa quem pecou, carecemos do teu perdão e misericórdia. O Senhor responde a oração dizendo que irá abençoar o povo de tal maneira que as pessoas em volta se assustariam com os feitos do Senhor.
Outros lugares na Bíblia também nos trazem respostas aliancistas de Deus conosco (Nm 6.27, Ne 1.5, 2Re 23.3, Je 31.31-34, Hb 9.15), porém gostaria de chamar atenção ao fato de que semelhantemente ao povo no deserto podemos experimentar coisas grandes do Senhor que podem ser resposta de oração sobre algo material, emocional ou pessoal, positiva ou negativamente. Contudo se estivermos buscando a Deus como Moisés, sempre receberemos bênçãos espirituais do Senhor. É uma regra. É cartesiano. Ore e receba (Tg 4.2). Que Cristo seja sempre o centro de nossa vida!