Praticamente em todo ocidente, quando falamos de igreja, a primeira coisa que vem à mente é uma instituição, um prédio ou um cnpj, dificilmente pensasse em pessoas ou num organismo vivo. Infelizmente tendemos a refletir esse conceito errado em nossas vidas achando que ir à igreja é ser igreja. Na verdade, a ideia bíblica de igreja traz, antes mesmo do lugar, a convicção de que em Cristo somos uma família e que o ajuntamento dos irmãos em um lugar é consequência da perspectiva de irmandade, ou seja, se não se tem a ideia do cristianismo relacional verdadeiro, não dá para afirmar que sou da igreja porque frequento um lugar.
Ser igreja quer dizer suportar uns aos outros, chorar com os que choram, rir com os que estão felizes, é estender a mão direita ao necessitado sem que a mão esquerda saiba. É claro, incluo tudo isso dentro da perspectiva de que todos mantem um relacionamento pessoal com Jesus. Qualquer coisa diferente disso será meramente um relacionamento institucional, um prédio, um monumento, entretanto a igreja deve ser viva, orgânica e ter movimento.
Qual é a nossa esperança em relação a igreja então? Primeiro temos que ter a expectativa de que a geração mais jovem será comprometida com os valores do Reino e farão diferença num mundo de constante inovação e, segundo, essas gerações tecnológicas descobriram por si só o Evangelho e terão acesso a ele independentemente do preconceito à igreja e do preconceito da igreja como instituição.
De certa forma nossa cidade, em primeira instância, é que irá dizer se, como igreja, somos um monumento ou um movimento e, pensando nisso, acredito que o pastor Timothy Keller está certo em suas palavras quando mostra o seu anseio estratégico pela cidade: “se os cristãos querem alcançar os não-alcançados, têm que ir para as cidades. Para alcançar as gerações seguintes, temos que ir para as cidades. Para causar algum impacto para Cristo no desenvolvimento da cultura, temos que ir para as cidades. Para servir aos pobres, temos que ir para as cidades”. No final das contas, como peregrinos aqui, enquanto vivermos na cidade, que seja para sermos agentes transformadores em uma igreja em movimento.