Boletim Nº 07 ANO 01 –
Estamos experimentando tempos caóticos no que diz respeito a justiça brasileira. Quando paro para pensar sobre isso e sobre o futuro, não consigo imaginar que tipo de história contarei daqui alguns anos. Parece que não há previsão de melhora, mesmo em meio as orações, parece-nos que não há solução ou movimentação positiva.
É difícil avaliar e traçar um plano quando a ideia de impunidade fica cada vez mais latente, crimes sem condenação, atentados policiais, presidente condenado reeleito, deputado federal inocente cassado e deputado federal corrupto sem cassação. Dois pesos, duas medidas. Cenário de desolação.
O que nos cabe então? O que realmente importa? Como viver em meio ao caos tão presente? A Bíblia nos mostra um cenário parecido, Jonas viveu num momento de exílio, escravidão e pós-exílio, ele foi convocado a proclamar o Evangelho ao povo mais inóspito e cruel daquela época. Nínive era a capital do Império Assírio, que dominou muitos países, dentre eles Israel. Os assírios utilizaram os métodos mais rudimentares de punição e tortura dos povos que eles dominavam. Deus quis salvá-los e isso coloca por terra a nossa ideia de justiça perfeita, a justiça de Deus é diferente da nossa. Deus quis salvar o povo mais cruel do mundo e ninguém poderia fazer nada contra.
Talvez, nossa forma de lidar com a justiça corrupta não esteja a contento daquilo que Deus requer de nós. É claro que a Palavra do Senhor nos exige justiça social perante os mais fracos e, quando necessário, precisaremos mostrar ação e indignação. Contudo a situação do STF e do congresso nacional se encara com oração objetiva e planejamento a longo prazo. Nossa luta não é contra carne ou sangue, venceremos orando. Ensinar os mais novos na fé sobre valores éticos, honestidade e comunhão com Deus são imprescindíveis nesse momento. Temo por um problema de uma geração inteira se Deus não intervier. Pode ser processo pedagógico ou o milagre da conversão à cúpula política de nosso país. De qualquer forma, se não fizermos a diferença, dificilmente outros irão fazer.
Nosso desafio de forma coletiva não se tratar de resolver o sofrimento da nação, mas se trata de exercitar a fé, crendo que Deus pode converter os corações mais duros do Brasil. O desafio de forma particular é não sermos apanhados no mesmo pensamento de Jonas: “Antes de eu sair de casa, não foi isso que eu disse que tu farias, ó Senhor? Por esse motivo fugi para Társis! Sabia que és Deus misericordioso e compassivo, lento para se irar e cheio de amor. Estás pronto a voltar atrás e não trazer calamidade.”